Juntei-me aos meus colegas de profissão numa greve nacional de 24 horas, convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) e o Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML). Esta greve é uma resposta à tentativa do Governo de destruir as nossas carreiras e os cargos respeitantes ao exercício de relevantes funções específicas. 

O Governo apresentou uma proposta para revisão das carreiras de Informática que, na realidade, desvaloriza profundamente o nosso trabalho e elimina cargos respeitantes ao desempenho de importantes funções específicas. Esta proposta é inaceitável e profundamente injusta para nós, trabalhadores, e vem ao arrepio da negociação que deve ocorrer com os sindicatos.

A minha adesão à greve foi motivada por vários pontos que considero cruciais para a valorização da nossa carreira e para a dignificação dos Serviços Públicos onde exercemos as nossas funções e que estão no pré-aviso e outros que deixo aqui e no meu outro artigo em https://www.stal.pt/index.php/arquivomenu/1568-trabalhadores-das-carreiras-de-inform%C3%A1tica-na-administra%C3%A7%C3%A3o-p%C3%BAblica-em-greve-no-dia-24.html

Em primeiro lugar, é necessário que sejam dadas orientações para todos os Organismos desenvolverem concursos para quem reúne condições ou que contemplem, na transição, regras para que quem tenha atualmente condições para mudança de grau ou de nível tenha esse aumento contemplado. Não podemos aceitar que exista uma "mão invisível" nas Finanças e/ou dirigentes das instituições a bloquear os concursos.

Em segundo lugar, é preocupante que a tutela não esteja preocupada em esvaziar os serviços de informática. A transição de uma carreira pluricategorial para unicategorial, sem distinção de funções e responsabilidades, não é aceitável. A perda da progressão de 8 TRU com 8 PONTOS é igualmente preocupante.

Além disso, é importante notar que houve outras carreiras que foram criadas/estruturadas após 2008 e que estão Pluri. Exemplos disso são a Carreira especial Polícia Florestal, o Técnico Superior Diagnóstico e Terapêutica, o Vigilante da natureza, entre outros. 

A situação atual revela uma falta de compreensão sobre a diversidade da informática ou, pior, uma tentativa deliberada de ignorá-la. A proposta atual não beneficia a carreira nem a instituição. 

Na transição para a nova carreira, não deveria haver qualquer nível intermédio ou virtual. Cada informático deve ser posicionado de imediato na posição e nível remuneratório correto e que consta nos anexos I ou II (consoante a carreira) do projeto de lei. 

Por fim, é importante destacar que a propaganda de que Especialistas de Informática no topo da carreira passam de 3221,1 euros para 3775,83 euros não me convence. Apenas 0,9% de todos os funcionários da carreira estão no topo, o que na informática acredito que nenhum está no topo. 

Só para terem noção, estou nesta carreita ha quase 20 anos e nunca progredi ou tive uma promoção, ou seja, estou no inicio de carreira. Como vou chegar ao topo??!!!!

Em suma, precisamos continuar a lutar por uma carreira justa e transparente que valorize as nossas habilidades e experiências. A greve de 24 de Julho é apenas um passo nessa luta.